Me pergunto se entendo que o dia de hoje chegou. Não sei. Sei que cá estou, presente nele. Foi tão fácil chegar e é melhor ainda continuar. Não consigo ter exlicação, tão pouco lógica. Muitos perguntam e conferem se entenderam direito. Quinze anos? Sim. E então fazem contas. E quantos anos ele é mais velho que você? E quantos anos você tinha? Não casaram? Terão filho? São felizes? E isso é possível? Fico sem graça de confessar que sim. Me sinto degustando chocolate belga em frente a uma legião de famintos. Confessar amor e naturalidade soa falso. Mas deixo os olhos responderem sozinhos. Eles não mentem e ainda denunciam brilhos. E os toques do lado esquerdo ainda disparam e ainda existe a supresa e a saudade queima e o telefone toca muitas vezes ao dia, como meninos bobos. E me pego olhando e o flagro namorando. Sim, hoje faz quinze primeiros anos junto dele. E prefiro então não dizer mais. Palavras quebram sonhos travestidos de realidades. Prefiro o “passo a passo” sem perceber que estamos nos movendo. Nos apaixonar a cada dia pelo o que nos tornamos em cada tempo...
“amo tanto e de tanto amar, acho que ela acretida”*
(sempre Chico...)